sábado, 22 de maio de 2010

Vida

Estava eu outro dia desses a perambular pelos blogs da vida. Um deles me chamou atenção visto que falava sobre as angústias causadas pelas palavras lançadas de boca pra fora de uma pessoa especial pra todo mundo: a mãe.

Minha mãe é muito carinhosa, faz tudo o que pode por mim e se preocupa demais. O problema é que tem vezes que algumas coisas que ela fala doem muito no meu coraçãozinho de adolescente, a exemplo: "Tu és uma inútil, não ajuda com nada em casa, é uma besta. Pensa que só as notas altas vão te garantir na vida? Não, não vão! No meu tempo - milênios atrás -, eu não tinha nem 1% do que eu dou pra ti e pro teu irmão hoje! Vê se te arruma, se cuida direito, come alguma coisa que preste - não costumo comer besteiras, só não gosto da maioria das coisas que todo o nutricionista diz ser essencial para uma alimentação saudável - os meninos não querem nenhuma menina com cara de doente e muito menos metida à intelectual."

Minha genitora tem os seguintes motivos pra dizer isso:

1 - Como já mencionado, não gosto de feijão, saladas, frutas e afins - é, não gosto mesmo; como no máximo uma banana.
2 - Não sou muito ativa nos afazeres domésticos - isso é herança da minha criação, sempre tivemos empregada em casa e fui acostumada a só enxugar a louça no dia de domingo. Sofremos uma experiência traumática com a nossa última empregada, temos apenas a Eliana, a diarista, duas vezes por semana. Mas como eu só me preocupo em estudar, a ordem da casa fica em último plano. E ela reclama disso.
3 - Sou do tipo de menina que se preocupa muito em estudar, afinal, quero um Curso muito concorrido (Direito, mas acho que não passo) e tenho consciência de que não poderei prestar vestibular em um universidade particular, já que nos próximos anos teremos muita despesas com a nossa mudança de casa. E os estudos, por vezes. me deixam muito séria, como uma advogada. Influência dos sonhos...
4 - É, sou do tipo de menina que estuda muito e se arruma pouco. É, não sou muito chegada nessas coisas de aparência apesar de sempre me sentir um patinho feio em sala de aula, ser rejeitada pelos meninos e cobrir essa condição estudando muito. Passo no máximo corretivo (por causa das olheiras), blush (sou muito pálida) e lápis de olho é sagrado, me dá efeito místico (gosto disso). Compras no shopping não me fazem à cabeça - honestamente, tenho de estar com muito saco pra realizar tal missão.
5 - Quando eu estou com a minha auto-estima lá na Região Hadal dos oceanos, eu choro, choro, choro, choro, choro. E quando a mamãe vê isso, ela fala tudo, tudo, tudo o que parece estar engasgado em sua garganta. E isso dói... Muito.

Se vocês soubessem o quanto isso me corrói por dentro... Tanta coisa acontecendo, amiga se afastando de mim porque pessoa "x" disse que eu era falsa e outra decepcionada achando que eu gosto do seu namorado - em relação a esses dois itens, nada é verdade, mas isso é outra história -, saudade de quem me odeia até a raíz dos cabelos e preocupação com as notas . Mas como eu estou em época de prova (tensão), só vou fazer alguma coisa quando a poeira abaixar; agora eu estou supersaturada pra resolver algo. E pra piorar, essa atmosfera composta de elementos químicos radioativos altamente instáveis que é a minha casa, causa um estrago enorme em mim.

Queria não me preocupar tanto com isso, ser como alguns amigos meus: "F...-se". Mas não consigo. Queria alguém pra me ouvir, pra me entender, pra enxugar as minhas lágrimas. Mas as outras pessoas também tem os seus problemas, então, venho aqui, no meu pc, compartilhar dos meus sofrimentos. Um amigo meu, o Thiago, diria que isso não tem nada a ver. Mas como ele é ele e eu sou eu, continuo a escrever aqui, sabendo que dificilmente alguém lerá - até porquê, desconheço alguém que tenha paciência pra ler isso aqui a não ser eu mesma.

Enfim, pra quem leu, palmas.

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