domingo, 25 de julho de 2010

Mistério

Íamos tão bem... A nossa conversa - mesmo por internet - fluía; não só da minha parte e isso me deixava um pouco esperançosa. Sua humildade, gratidão e criatividade eram coisas que me enchiam os olhos e, sem perceber, faziam o meu coração bater mais rápido. Não tinha mais dúvida; as risadas à toa e os suspiros pelos cantos da casa só me levavam a uma conclusão: eu estava apaixonada. Tinha tudo pra dar certo.

Ah, se havia algo que não saía de minha mente era a certeza da vitória. Sim, ele era diferente de todos os outros. Para muitas meninas, era considerado, no mínimo, feio. Mas pra mim, era o mais lindos de todos, até mais do que os "príncipes de cabelo loiro com franja e pele perfeita" os quais as meninas se derretem. A sua beleza era rara: vinha de dentro pra fora.

Não tínhamos muita coisa em comum. A começar, pelos nossos signos: peixes e áries. Os astrólogos mesmo dizem que o ariano nunca entenderá a sensibilidade do pisciano. Talvez, nesse caso, fossemos uma exceção; ele me compreendia. Outro fator era o nosso comportamento em sala de aula: estudo muito e consigo tirar notas altas com certa frequência. Ele... Bem, notas como 2 em Física e 4.2 em História eram provas concretas de que ele não era um excelente aluno. E nem almejava ser. Sua meta era outra: ser fotógrafo; mas, se fosse pra tentar a carreira acadêmica, preferia ser designer. Eu o apoiaria mesmo se ele quisesse ser gari.

E no ápice do nosso entrosamento, o meu gato - como diz o meu caro amigo Marcelo -, me faz três perguntas pelo programa de mensagens instantâneas Msn: "O que você acha de mim?" Eu, com toda a meiguice de uma menina apaixonada, disse: "Um fofo. Um lindo, humilde, criativo e fofo." Ele, por sua vez, mandou uma carinha feliz e voltou ao questionário: "Posso te fazer uma pergunta bem sincera? Ficarias comigo?" Meu estômago deu um pulo. Meu coração batia cada vez mais rápido. Sem hesitar, disse um singelo "Sim". E agora? Última pergunta: "Então, aproveitando o embalo, posse te fazer outra? Gostas de mim?"

Como? Por quê agora? Estaria ele desconfiado de algo? O que eu tinha a perder? Já não estava com o jogo ganho? Declarei, sem medo, "Sim." Eu mal podia acreditar: os sonhos de noites de verão se tornariam realidade!

"Obrigado por ter respondido."

Era isso? Só isso? A conversa correu normalmente como se ele nunca tivesse perguntado nada, absolutamente nada. E no final, ele disse que ia resolver um problema com o e-mail. E no dia seguinte: ele havia me bloqueado; ou seja, ele não queria falar comigo pelo comunicador virtual. O que eu fiz? Seria esta atitude um "fora explícito"? Fiquei triste, muito triste. Exclui o meu amor de minha rede social online e não sei o que será mim quando nos encontrarmos no colégio. Honestamente, pra mim, muita coisa deve ser esclarecida e já nem tenho esperança de tudo dar certo. O motivo de suas ações são um mistério pra mim.





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